domingo, 28 de outubro de 2012

Last breath





Hoje sinto-me triste...

Não aquela tristeza que dá para chorar, que não nos deixa sair da cama, que odiamos tudo e todos... Não... Não é essa tristeza «aguda»...

É algo mais profundo. Que faz doer cá dentro. Que mói e massacra quando nos permitimos olhar de frente para a dor. Hoje olhei. De frente. Sem me enganar mais. E percebi. E dói. Amargura. Dá vontade somente de ir ver o mar no seu contínuo vai e vem, sem esperança de chegar a mais lado nenhum.

É assim que estou hoje. Sem esperança. A saber que não vou chegar a mais lado nenhum...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Gritar ao Mundo!




E hoje só me apetece gritar e tirar toda a angústia, tudo o que não é dito, tudo o que fica recalcado sobre uma aparência de calma absoluta e compreensão total.  Tudo passa... E um dia passa tudo :(


«Quero Gritar ao Mundo
Tenho pouco tempo, mas...
Quero gritar ao mundo...
os meus encantos
a cor da felicidade
ao longo do tempo.
Quero gritar ao mundo...
o tal momento
que emerge no horizonte,
com serenidade,
e influência nas palavras.
Quero gritar ao mundo...
de mãos vazias de nada
das memórias quase perdidas
ao longo do sonho.
Quero gritar ao mundo...
Sarar a minha alma,
pensar na vida,
nos seus enigmas e mistérios,
na ânsia de viver.
Quero gritar ao mundo...
confrontar as soluções
e ficar a ver maravilhado,
que ainda há amor e alegria.
Quero gritar ao mundo...
que ainda há esperança
num mundo mais justo,
e tudo o resto deixa de ter importância.
Quero gritar ao mundo...
mas sinto que não atingi
tudo o que queria,
que só o olhar não mente,
nesses sentimentos tão presentes.
Quero gritar ao mundo...
mas chorei lágrimas de dor,
e enfureci-me com o mesmo vazio,
enchi de magia o coração.
Quero gritar ao mundo...
talvez o que seja triste,
por trás dos meus olhos fechados.
Não é inspiração,
pode até estar no meu olhar.
Quero gritar ao mundo...
sorrir um sorriso encantado,
qualquer sentimento na voz,
na desconfiança e o medo,
que está cá dentro!
Quero gritar ao mundo...
mas tenho pouco tempo!»


Mikii

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Estar atento...

Nunca se deve ignorar quem nos ama e se importa connosco.



Senão um dia podemos perceber que perdemos a Lua enquanto contávamos as estrelas...

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Humanidade a prazo


As pessoas hoje em dia não têm tempo. Passam os dias, a existência, a correr e a vida passa-lhes um pouco ao lado.

Quantas pessoas passam por nós na rua e perguntam: «tudo bem?» e esperam pela resposta??? Eu respondo: ninguém... O «tudo bem» é encarado como um pro-form, como um «bom dia» um pouco mais elaborado... 


Tenho saudades de receber cartas. Postais. Cartões. Coisas «a sério» com a caligrafia de quem o envia. Com as dificuldades inerentes de perceber mal a letra... Com erros ortográficos porque «à mão» não há corretor ortográfico...


Até de receber mails com «significado» tenho saudades. Mandam-se n forwards por dia... Mas, um mail a falar da vida, de tudo e de nada, do «sexo dos anjos», foi coisa que caiu em desuso...



E mesmo que se manda um mensagem no chat mais elaborada, não se obtém resposta.



As pessoas não têm tempo.



Não têm tempo para o carinho, para o aconchegar no sofá, para as festinhas na cabeça, para um café, para uma imperial no fim de um dia de Sol, para pintar com os filhos, para ler histórias à lareira...



Compra-se a falta de tempo com brinquedos, com mais atividades, com roupa de marca e com muitos jogos (as amas electrónicas).



Às vezes tenho pena de viver neste Mundo «civilizado». Gostaria de viver mais «atrás» onde as mães tinha tempo para os filhos, onde havia bolos a sair do forno, cheiro a pão quente e a maçãs maduras... Em que os pais lançavam papagaios de papel com os filhos e não tinham «horas marcadas» para estar com eles... Em que os avós e as avôs contavam histórias de encantar, e histórias verídicas em que nós tínhamos dificuldade em acreditar... 



E poderia continuar com todas as falhas deste Mundo moderno... Mas, sabem que mais?? Não tenho tempo...


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Waking up

Acordei.

Virei me para o lado, para a almofada sem dono, para o lado frio da cama. Imaginei-te ali. Quase que te senti, respirando mais ou menos compassadamente, mais ou menos «roncando», mais ali. Perto. Ao alcance da minha mão, dos meus lábios, do meu toque...

Por vezes pagamos caro a «paz de espírito». Lembro-me que, quando decidi pelo final, mandei-o embora para ter paz de espírito. Agora tenho-a. Sem dúvida. Casa silenciosa, sem gritos. Não há mais esperas pela madrugada dentro, porque ele se esqueceu de vir ter comigo. Não há mais bebedeiras a aturar, nem mau feitio. Até cansei de médicos que me diziam coisas más, por problemas que não me diziam respeito. Egoísmo talvez. Mas quando tudo está mal não se arranja coragem, nem forças e nem vontade para enfrentar mais problemas. O fim sempre esteve anunciado. Foi uma relação a prazo que, de repente, expirou a validade quando atingi o meu limite.

Fico aliviada com esse final. Permitiu um recomeço mais bonito, onde me sinto muito melhor. Com quem me sinto muito melhor.

Mas, às vezes dói. Dói acordar de um pesadelo a chorar e não ter quem nos abrace. Sinto saudades de um abraço sentido, de um beijo apaixonado, de um toque inesperado. Sinto saudades. Tuas. Nossas. De nós.

Cansada de acordar. Cansada de acordar sozinha sempre esperando outro despertar. Um colo, um «estou aqui».

Acusam-me de ser muito exigente. Acusam-me de ser muito apressada. Confesso. estou farta que me «acusem». Tenho tentado (e conseguido) mudar. Tornar-me mais calma, mais paciente. Pelo menos por fora, para quem não quer ver dentro dos meus olhos. Hei-de chegar ao meu estado «zen».

Calculo que depois seja tarde demais para mim. Que depois todo o fogo, desejo, paixão que me fazem mover se tenham extinguido e que seja, para sempre, uma coisa morna. Sem sentir muito nada. Deixando que nada me afete muito, afastando me de tudo o que corra o risco de me fazer viver...

No entanto... Por enquanto... Ainda....

 I believe!