domingo, 1 de dezembro de 2013

Esta noite (re) encontrei-te...

Deste-me um beijo. O teu cheiro continua o mesmo. Um pouco inebriante. Um pouco tóxico. Demasiado (ainda?) familiar.

Nos meus sonhos continuas tal e qual como eras. Distante e meigo, presente e misterioso, quente e frio... Sempre foste de uma incoerência tal que sempre me prendeste a ti, estendias a tua teia e eu ficava enredada, sem mais nem menos...

Estávamos na praia... Sentados enquanto as ondas morriam aos nossos pés. Num ciclo interminável, eterno e, no entanto, tão tranquilizador e sereno... As ondas espraiavam quase nos tocando, perpetuamente nos ameaçando envolver-nos nas suas águas frias e tumultuosas de Inverno.

Falaste de mim.

Que eu sempre fora o abrigo seguro, o Amor de uma vida, da tua vida... O porto seguro para onde voltar fosse qual fosse a tempestade enfrentada. Que era segura, acolhedora, calma e fiável. Que tinha a segurança do Amor maduro que nada exige e tudo espera. Que tinha em mim a calma de quem sabe que tudo um dia daria certo, que tudo se resolveria. Não é um Amor menor, não é menos intenso, somente um Amor mais silencioso. Não é um Amor menos extenso, é somente mais poetizado, mais sereno. Um Amor alimentado não por presenças exigidas, mas, sim, ampliado por ausências significativas.

Falaste dela.

Que ela era o frenesim de um «aqui e agora». Que era dona de uma vontade inabalável de ter o que queria, custasse o que custasse e fazendo (ou não) fossem quem fosse sofrer... Que era dona da paixão egoísta da luxúria, mas que, no entanto, emprestava a todos os dias a magia do brilho do Natal. Que era intensa como um fogo de palha: quente, brilhante e de fácil extinção. Ela tinha sido uma estrelinha que brilhava mais forte no firmamento, mas que, quando olhavas de novo já não brilhava mais.

E, no entanto perdeste-nos (perdemos-te?) as duas.

Lançaste algo à água. O passado? Os sentimentos antigos? As promessas quebradas?...

Enquanto as ondas batiam aos nossos pés, levantaste-te e, sem mais uma palavra, afastaste-te até passares a ser somente um ponto longínquo na areia.

Acordei.

Sobressaltada. Incomodada. Com o coração apertado (de novo!).Um misto de quaisquer sentimentos que já não têm definição por mais que procure em dicionários...

A manhã foi cinzenta, fria, inóspita. Estranha, triste. Oculta por brumas do passado. Pensamentos enterrados foram desenterrados pelas ondas invernosas. Sentimentos já mortos voltaram à memória só para recordarem tudo o que foi dor, desilusão, tristeza...

De repente, devagarinho, o Sol do meu presente (e futuro!!) despontou no meu céu. Afastou as nuvens cinzentas e aqueceu-me o coração. E senti-me aconchegada, protegida, confortável.

Estiquei as pétalas da minha alma com graciosidade, espanejei as últimas gotas de orvalho da noite e fui...

Fui ser finalmente feliz!


Um comentário:

Tiago Rodrigues disse...

Amo te minha Princesa<3 Vou Amar te Agora e Sempre =)