terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Consciência


É amanhã.
Depois do Natal.
No início do Ano Novo.
Depois dos meus anos.
Depois do fim de semana.
Depois dos anos de não sei quem.
Depois da Páscoa.
Depois do Verão.
Depois...
Não é depois.
Devia ter sido ontem.
Devia ter sido já há 17 anos atrás.
Ter juízo.
Ter cuidado.
Controlar.
Aprender.
Não encolher os ombros e enterrar cabeça na areia.
Ela precisa de mim.
Ela precisa da mãe.
Precisa que a mãe seja uma pessoa funcional.
E não doente.
E não deprimida, e não internada.
E não cansada, descompensada, descontrolada.
De mim.
Não é amanhã.
Não pode, nunca mais, ser amanhã.
Tem de ser ontem.
É hoje.
Será hoje.
Vai ter de ser hoje.
Sempre.
Um dia de cada vez.
Uma hora de cada vez.
Hoje. E nunca mais amanhã.

2 comentários:

António Inglês disse...

Eu não digo? Anda-te a dar para o sentimento ou estás a variar?
Vamos lá a "pegar" a vida pelos cornos e não de cernelha.
Tem de ser olhos nos olhos e tu está a "entrar" de lado.
Nada acaba hoje, nem acabou ontem... Tudo começa neste instante e as coisas são sempre diferentes.
Por isso temos de as encarar com forças novas todos os dias, todos os minutos, todos os segundos...
Uma beijoca
José Gonçalves

Rakel Macedo disse...

Hello José :)
Pode parecer um post derrotista. Não o é de todo. Quem me conhece bem sabe que tenho uma determinada questão de saúde mais chata que fatal. Que tem de ser controlada. Diariamente. E não o tenho feito. Este post marca simplesmente o acordo comigo própria de deitar as mãos ao trabalho e preocupar-me com a minha saúde.
Portanto, estou efectivamente a pegar o touro pelos cornos :)

Beijinhos